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O PODEROSO DE MARTE
maio 15 10:00 - 11:00
O Poderoso de Marte talvez pudesse estar classificado como uma ficção científica distópica. A obra nos apresenta o encontro improvável do palhaço andarilho Piolhinho e da soldada – convicta de sua herança militarista – Atenas, que, num mundo destruído pela guerra, discutem uma saída em direção à paz: através do riso ou da submissão? Piolhinho quer convencer Atenas que a saída é a criação d’O Poderoso Circo de Marte’. Atenas resiste e contrapõe: a saída é através da criação de um terceiro exército, este que seria ‘O Poderoso Exército de Marte’.
Enquanto polarizam os senhores da guerra destroem. Destes, surge como
personagem projetado pelo totem de comunicação o Duque da Guerra: um genocida
ganancioso e enlouquecido pelo poder. No totem de comunicação o número de vidas
diminui a cada instante. Bombas e mísseis caem dos céus. A cada ataque o totem entra em ação na contagem de números cada vez menores. Demonstra em sua tela não os de vidas perdidas, mas o número restante de sobreviventes em todo o planeta vermelho.
O totem de comunicação serve, de certo modo, como um cronômetro que
computa regressivamente gerando na plateja a sensação de que o tempo se esvai e com ele a esperança de superação do ódio e do fanatismo.
Isso permite que o público reflita sobre a necessidade da coexistência entre os
diferentes. O texto de Tom S. Figueiredo, escrito especialmente para ser encenado pelo Grupo Teca Teatro, debate o autoritarismo e o lugar da arte na sociedade civilizada atual, valorizando a liberdade de expressão como condição básica para o florescimento do pensamento democrático no desenvolvimento e manutenção da paz.
O Grupo Teca Teatro entende que há temas que não devem ser excluídos da infância. Assim, ora explorando o humor, ora explorando o drama, o Poderoso de Marte busca o diálogo sincero com seu público, sem subestimar a inteligência da criança, oferecendo uma obra que tende a sensibilizá-las de modo aprofundado – considerando a faixa etária de partida prevista (+6) – apresentando-se em diferentes camadas de fruição que devem ser também apreciadas por todas as demais faixas de idade.
A respeito disso a atriz Luciana Comin, que é mestre e doutora em dramaturgia
para as infâncias e juventudes (PPGAC/UFBA), acredita que apresentar este tipo de
temática ficcional aos mais jovens é importante para que possam refletir sobre a
importância da coexistência dos divergentes: “acreditamos ser importante incluir a
criança na discussão sobre qualquer tema, considerando, claro, que existem formas de abordagens adequadas a cada faixa etária”. Negar isso as crianças é não oportunizar meios para o aperfeiçoamento simbólico e a sensibilização de temas tão sensíveis.
A montagem, que estreou em Salvador da Bahia em 03 de setembro de 2022 no
Teatro Sesi Rio Vermelho, contou com o apoio financeiro do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.